Cacto Peyote: O que você precisa saber

 


O cacto peyote é nativo do México e sul dos Estados Unidos e sabe-se que tem sido usada há milênios pelos indígenas mexicanos. Tem um crescimento lento, levando muitos anos para atingir um tamanho apreciável.
O primeiro relato sobre o peiote foi feito em 1560 pelo frei franciscano Bernardino de Sahagun,
cronista da Nova Espanha, em sua Historia general de las cosas de Nueva España, publicado na Europa em
1880.

Cacto peyote história 

Quando no século XVI os exploradores espanhóis começaram a penetrar nas regiões mais remotas do território mexicano, tiveram os primeiros contatos com uma pequena planta verde, esférica, macia e sem espinhos, que formava colônias de pequenos botões, chamada “peyotl” (“hículi, huatari”).

Os indígenas a consideravam divina, pois através de seu uso podiam se comunicar com seus deuses e a usavam para curar suas enfermidades, prever o futuro, dar força e coragem nas batalhas ou executar tarefas prodigiosas. Essa planta, que conhecemos como peiote, tem o nome botânico Lophophora williamsii e pertence à família Cactaceae.

Rituais com o peyote

Antigamente, a forma de peiotismo encontrada pela primeira vez pelos conquistadores espanhóis persiste entre várias tribos do norte do México e se caracteriza como um complexo culto comunitário, como por exemplo enfatiza o papel do xamã.

Ele, através do uso do peiote e também de outras plantas medicinais, realiza rituais de cura de doentes ou possuídos por maus espíritos. Podemos dizer que, tradicionalmente o peiote era coletado inteiro e cuidadosamente esmagado em um pilão até a obtenção de uma pasta, que era então misturada com água ou com uma bebida a base de milho fermentado, o “tesguino”.

Os indígenas usavam também ingerir a parte superior da planta fresca ou seca.

Crenças religiósas e preconceito com o uso do cacto peyote 

Neste paragrafo iremos falar sobre como os conquistadores espanhois reagiram quando descobriram sobre a influência do peyote na cultura dos povos indígenas naquela época.

Visto que, o conhecimento da grande importância do peiote na vida religiosa e social dos indígenas, aliada à intolerância do clero católico, levou os conquistadores espanhóis, ávidos em impor sua cultura, a combaterem veementemente o uso da planta entre os nativos, concluindo que os “milagres” ligados a ela somente poderiam ser obra do diabo.

No entanto a repressão imposta teve efeitos quase nulos, pois os indígenas continuaram a usar o peiote e professar suas crenças, surgindo então um sincretismo com os cultos católicos, que foi também combatido pelo clero e condenado até a morte pela Inquisição.

Exatamente no século XIX os índios americanos apaches, kiowas e comanches levaram o peiotismo para o sudoeste dos Estados Unidos, sendo assim, se espalhou até os Grandes Lagos e por fim chegando ao território canadense.

O culto praticado era, no entanto, diferente do peiotismo mexicano e se caracterizava por uma atividade mais individual e contemplativa.

Vamos voltar um pouco, no início do século XX, as diversas tribos americanas que professavam o culto foram unificadas na Native American Church, que sofreu também impiedosa repressão.

Ela porém persistiu e é hoje uma organização que congrega milhares de indígenas americanos e canadenses, tendo o uso do peiote, somente nesse caso, permitido por lei.
A fama do peiote chegou até o meio científico europeu no final do século XIX. Químicos,farmacólogos e médicos desejaram conhecê-lo e experimentar seus efeitos.

Composição química do cacto peyote 

A primeira publicação a respeito da química do peiote foi feita pelo farmacologista alemão Louis Lewin, em 1888. Ele extraiu da planta, fornecida pela Companhia Parke-Davis, o alcalóide ao qual chamou anhalonina, baseado na classificação botânica incorreta do peiote naquela época: Anhalonium lewinii.

Este material não produziu efeitos alucinógenos e provavelmente era uma mistura de diversos alcalóides. Outros farmacologistas alemães começaram a estudar o peiote, e em 1897 Arthur Heffter publicou o isolamento e as propriedades farmacológicas de cinco alcalóides presentes nele.

Por experimentação em animais e autoexperimentação ele determinou que um deles era a principal substância psicoativa da planta, a qual denominou mescalina. Esse foi o primeiro estudo sistemático de um material psicodélico de ocorrência natural.

Em 1919, Ernest Spath sintetizou a mescalina permitindo aprofundar estudos nos efeitos clínicos da substância.
O peiote contém mais de cinqüenta e cinco alcalóides, muitos dos quais provavelmente existem em quantidade suficiente para afetar a fisiologia humana. Entretanto, pouco foi estudado para determinar seus efeitos. Desses alcalóides, além da mescalina, já foram estudados farmacologicamente a lophophorina,
anhalodina, anhalonidina, anhalonina, hordenina e pellotina.

cacto peyote

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